É um dos mais célebres santuários do território limarense, um importante centro de veneração cristológica com grande romagem de povo. Foi levantado em 1773 no sítio onde existiu uma capela devotada a São Gregório Magno, fabricada em 1611 pelo vigário Pe. Pero (Pedro) Maciel.1 O complexo religioso, de estilo rococó, compõe-se de igreja, de escadório, de dois coretos, de escadaria ondulada por detrás do edifício e de uma [ermidazinha] de linhas simples, coroada por cúpula com altar no interior,2 dedicada ao Senhor dos Emigrantes. Esta última, bem como o primeiro lanço de escadas onde se observam a estátua de Abel e a “fonte do deserto”,3 faria parte de um plano de ampliação do recinto. Idealizado na segunda metade de Oitocentos, previa a construção, mais para o cimo do monte, de um novo santuário,4 com uma longa via-sacra onde se disporiam pequenas ermidas a acompanhar o percurso,5 numa espécie de Bom Jesus de Braga que não chegaria a ultimar-se.
Independentemente de o intento não ter avançado, porventura pelo estancamento das fontes de receita que suportariam as obras,6 o formoso e altivo santuário de montanha sobressai pelo forte efeito cénico7 que exerce sobre a paisagem e pelo interior da igreja onde se contemplam os ex-votos pintados, as bulas pontifícias e a talha rocaille do retábulo principal, do púlpito e da balaustrada do coro,8 não se excluindo do relato as imagens devocionais do Senhor do Socorro, de São Bento e de Santo António, no altar-mor, e as representações escultóricas do Papa São Gregório, de Nossa Senhora das Necessidades, de Nossa Senhora das Dores e de Nossa Senhora de Fátima nos quatro altares laterais, dois deles encostados ao belíssimo arco triunfal.
Na frondosa alameda ainda é possível apreciar sete fornos comunitários – usados no passado pelos romeiros para confeção de cabritos e de pão –, um deles inteiramente restaurado e funcional,9 e descobrir o edifício dos quarteis dos peregrinos que ali pernoitavam na sua viagem de fé até Santiago de Compostela – circunstância que confirma a ancestral relação da Labruja com a rota milenar.10
No Santuário do Senhor do Socorro principia e termina o Trilho das Portelas (PR14), belíssima rota com uma extensão de 14,7 km que permite ao visitante alcançar a maioria do património natural e edificado da aldeia.
Classificado IIP (1977).
GPS 41°50'30.4"N 8°35'36.5"W
Bibliografia:
1 BAPTISTA, António José; FERNANDES, A. de Almeida - Toponímia de Ponte de Lima. Ponte de Lima: Câmara Municipal, 2001. ISBN 972-98467-5-8
2 DIREÇÃO GERAL DO PATRIMÓNIO CULTURAL – Santuário do Socorro [Em linha]. [Consult. 30 abr. 2024]. Disponível na Internet:< http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/75018>
3 CAPELA, José Viriato – As freguesias do distrito de Viana do Castelo nas Memórias Paroquiais de 1758: Alto Minho: memórias, história e património [Em linha]. Braga: Universidade do Minho, 2005. [Consult. 28 maio 2020]. Disponível na Internet:< https://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/11902/1/VIANA%20DO%20CASTELO%20Livro%20Mem%20Paroq.pdf>
4 Idem, ibidem
5 DIREÇÃO GERAL DO PATRIMÓNIO CULTURAL – Santuário do Socorro [Em linha]. [Consult. 28 maio 2020]. Disponível na Internet:< http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/75018>
6 CAPELA, José Viriato – As freguesias do distrito de Viana do Castelo nas Memórias Paroquiais de 1758: Alto Minho: memórias, história e património [Em linha]. Braga: Universidade do Minho, 2005. [Consult. 28 maio 2020]. Disponível na Internet:< https://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/11902/1/VIANA%20DO%20CASTELO%20Livro%20Mem%20Paroq.pdf>
7 DIREÇÃO GERAL DO PATRIMÓNIO CULTURAL – Santuário do Socorro [Em linha]. [Consult. 28 maio 2020]. Disponível na Internet:< http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/75018>
8 CAPELA, José Viriato – As freguesias do distrito de Viana do Castelo nas Memórias Paroquiais de 1758: Alto Minho: memórias, história e património [Em linha]. Braga: Universidade do Minho, 2005. [Consult. 28 maio 2020]. Disponível na Internet:< https://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/11902/1/VIANA%20DO%20CASTELO%20Livro%20Mem%20Paroq.pdf>
9 DIREÇÃO GERAL DO PATRIMÓNIO CULTURAL – Santuário do Socorro [Em linha]. [Consult. 28 maio 2020]. Disponível na Internet:< http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/75018>
10 Informações recolhidas da página WEB da Junta de Freguesia da Labruja. Disponível na Internet:< http://jf-labruja.com/?page_id=814>
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